Os Bondes

A Linha Turística do Bonde oferece uma verdadeira viagem no tempo por diversos pontos de interesse histórico e cultural. Com saída da Estação do Valongo – prédio de 1867, da primeira ferrovia paulista -, os elétricos dos séculos 19 e 20 percorrem o Centro Histórico, em roteiro monitorado por guia de turismo.

São veículos originais, procedentes da Escócia, Portugal e Itália, que garantem a Santos o primeiro Museu Vivo Internacional de Bondes da América Latina. Os motorneiros e condutores vestem réplicas do uniforme original da época em que os bondes eram o principal meio de transporte na cidade.

Confira o folheto do passeio do Bonde

Saiba mais sobre o passeio de bonde no Centro de Santos

Construído em 1911, o bonde 32 é o mais antigo elétrico em circulação no país. De procedência escocesa, tem anúncios por fora e estribo duplo, que, no século passado, facilitava o acesso de mulheres com saia e  vestido. Os nove bancos e as escadas são originais, e o banco do motorneiro, todo trabalhado, foi restaurado após pesquisas em fotos antigas. O veículo tem capacidade para 45 passageiros e inaugurou a Linha Turística em 23/09/2000.

Foto: Anderson Bianchi

De mecânica original escocesa, o ‘bonde camarão’, de número 40, é de 1911. Confeccionado em cabreúva, madeira em extinção, e vidro martelado, foi projetado nos anos 1950 e sua carroceria, modernizada. Tem capacidade para 28 passageiros e recebeu reproduções de propagandas que existiam quando os elétricos circularam em Santos. Idêntico aos que rodaram na cidade até a década de 1970, esse bonde pode alcançar 50km por hora.

O nome ‘camarão’ decorre da carroceria fechada e da cor original, vermelha. Começou a circular na Linha Turística em 26 de janeiro de 2002 e, em julho de 2011, foi transformado no Bonde Baleia, em homenagem à conquista do tricampeonato da Copa Libertadores pelo Santos Futebol Clube – a parte interna recebeu imagens que relembram os títulos de 1962, 1963 e 2011. O elétrico voltou a circular em setembro de 2013 com a pintura prata e vermelho, original, e desde 11 de abril de 2017 adquiriu a cor verde atual.   

Foto: Ronaldo Andrade

Construído no final dos anos 1920 em Portugal, o bonde 224 começou a circular no Centro Histórico em setembro de 2008. Com interior original e lustres de época, acomoda 23 passageiros.
Em 15 de junho de 2014, marcando a inauguração do Museu Pelé, ele passou a circular como Bonde Pelé, com adesivagem em alusão ao Rei do Futebol.
Em 23 de dezembro de 2015, a homenagem foi modernizada, com grafite artístico de Leandro Shesko – foi o primeiro bonde elétrico grafitado do país.
Dois anos depois, o bonde reassumiu sua cor amarela original.

Foto: Francisco Arrais

Com decoração interna inspirada na arte concreta, que remete aos anos 1930 e 1950, quando foi construído e reformado, o Bonde Arte, com 36 lugares, é o maior em circulação na cidade. Montado sobre uma plataforma articulada, tem 20m de comprimento; cozinha com micro-ondas, forno elétrico e cooktop; ar-condicionado; banheiro e acessibilidade para portadores de necessidades especiais. O interior é inspirado na obra Plano em Superfície Modulada nº 5 (1957), de Lygia Clark. O veículo foi doado em 2009 pela Prefeitura de Turim (Itália).

Foto: Raimundo Rosa

Construído em 1953 e doado pela cidade de Nagasaki (Japão), onde circulou durante 60 anos, o bonde de prefixo 206 chegou a Santos em 2016,  após 42 dias de viagem em navio. Décimo terceiro integrante da frota santista, o veículo, com capacidade para 28 passageiros sentados, exerceu importante papel na mobilidade da população de Nagasaki após a bomba atômica, na Segunda Guerra Mundial. O bonde foi inaugurado em 5 de outubro de 2019, após três anos de restauro e adaptações, trabalhos que incluíram técnicas de construção, cultura, costumes e resgate da comunicação original. No interior do veículo, há placas com informações sobre o período em que o veículo rodava em Nagasaki. No final de dezembro de 2019, o bonde passou a oferecer aos passageiros degustação de café tipo exportação, com grãos selecionados pelo Museu do Café. 

Foto: Rogério Bomfim


 

Doado pela cidade de Votorantim (SP), o reboque 38 é o segundo – e o maior – em circulação na cidade. Com capacidade para 42 passageiros, entrou em operação em janeiro de 2016. Trata-se, na verdade, de adaptação do antigo bonde aberto da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, exposto em Campos do Jordão (SP).

  
Foto: Francisco Arrais

Um antigo bonde de tração animal, de 1871, foi adaptado para funcionar como reboque. Com 24 lugares, desde novembro de 2000 está incorporado à Linha Turística do Bonde.

Foto: Marcelo Martins