Cidade do time que projetou Pelé para o mundo, Santos fez uma reverência especial a Edson Arantes do Nascimento nesta segunda-feira (23), dia em que o Rei do Futebol completaria 83 anos se estivesse vivo – ele morreu aos 82 anos, em 29 de dezembro do ano passado. Um encontro com familiares do homenageado, o plantio de muda de árvore com significado histórico, apresentação de música e um passeio especial de bonde foram algumas das atividades para lembrar o Atleta do Século 20.

O prefeito Rogério Santos assinou dois decretos para marcar a data: um instituindo a comissão intersetorial para planejamento das homenagens ao Rei Pelé que serão realizadas em Santos e outro, com a Fundação Parque Tecnológico de Santos, visando a criação de um programa interativo e presencial em locais que marcaram a história de Edson Arantes do Nascimento em Santos, usando tecnologias como realidade aumentada e vídeos de alta resolução.

Segundo explicou o chefe do Executivo, entre as tarefas da comissão intersetorial está a de criar uma estátua em Santos com Pelé vestindo a camisa do Alvinegro da Vila Belmiro e uma reprodução idêntica dessa estátua de Pelé em Nova Iorque (EUA) com a camisa do Cosmos, time que defendeu naquele país.

Ao recepcionar ex-atletas do Santos Futebol Clube que jogaram com o Atleta do Século e familiares do homenageado no Museu Pelé, Rogério Santos destacou que o Rei do Futebol “foi uma referência do Brasil para o mundo, além do futebol, pedindo para que olhassem para as crianças necessitadas e também pedindo atenção na questão da igualdade racial”. O equipamento, por sinal, vive um ano especial: de janeiro a setembro recebeu 62.046 visitantes. Os números de 2023 já ultrapassam o recorde de visitantes de 2015, ano em que o museu recebeu 57,7 mil pessoas.

Um dos craques do passado, Manoel Maria contou que não apenas jogou com Pelé, mas teve o privilégio de compartilhar momentos com ele na vida privada. “Ele mereceu todas as homenagens que recebeu em vida. Para mim foi mais que um irmão. Eu sinto muito a falta dele. Só tenho uma palavra para me referir a ele: gratidão”.

Um dos visitantes do Museu Pelé foi o aposentado Edson Bezerra Silva. Ele veio de São Paulo à caça de um autógrafo especial para sua camisa do Santos: a assinatura de Mengálvio. “Agora tenho a assinatura de todo o ataque do Santos de 1962, só faltou mesmo a do Pelé”.

Rosmar dos Santos veio de São Vicente para ver os ídolos do passado, com um quadro com números expressivos da carreira de Pelé. “Graças a ele frequento a Vila Belmiro desde os meus 14 anos. Dentro e fora de campo ele era muito humilde, falava com todos os jornalistas e torcedores”.

BONDE PELÉ

Como o dia era de festa, a Linha Turística do Bonde não poderia ter ficado de fora. Foi apresentado o Bonde Pelé, agora repaginado em uma viagem inaugural com convidados, circulando pelo Centro Histórico. A atração passa a ser integrada à linha turística.

ARTE NO DIQUE

Crianças do grupo Arte no Dique fizeram uma apresentação especial em frente ao Museu Pelé. A participação dos pequenos remete à fala de Pelé quando fez seu milésimo gol, em 19 de novembro de 1969, no Maracanã. Com o mundo vendo o seu feito, o artilheiro pediu atenção às crianças necessitadas.

PAU-BRASIL

O plantio da árvore número 1.283, um pau-brasil, na Praça Barão do Rio Branco (Centro Histórico), representou o total de gols marcados pelo Atleta do Século 20.

RECONHECIMENTO

Falando em nome da família, Edinho, um dos filhos de Pelé, agradeceu as homenagens prestadas pela Prefeitura de Santos. “Hoje é um dia especial para nossa família. Um dia que confunde os sentimentos, festa pelo aniversário dele e a saudade, as lembranças do carinho que tínhamos com ele em datas como esta. Vejo com naturalidade o fato de, no País do Futebol, Pelé ser tratado como um super-herói”.

Fotos: Isabela Carrari

Esta iniciativa contempla o item 11 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Cidades e Comunidades Sustentáveis. Conheça os outros itens do ODS.